Veja os ensaios virtuais de fotografia da Casa das Palavras

Trabalho de Hugo Macedo na Casa das Palavras

A novidade na III edição do Flipipa é a Casa das Palavras, uma casa de verdade, com sala quarto e cozinha, localizada próxima à tenda dos autores. Nela não haverá objetos estáticos, liquidificador, panela e cadeiras, e sim palavras e imagens, dialogando com a literatura. Trata-se de um espaço onde vão ocorrer, ao longo de todo o período do Festival, apresentações literárias, exibição de ensaios fotográficos,  arte urbana, instalação, intervenção, vídeos, oralizações, idéias.

Os ensaios são de Intervenção da fotógrafa e artista Candinha Bezerra em memória a obra de Hélio Galvão ( escritor, advogado)  sobre suas crônicas “Cartas da Praia”. E os trabalhos autorais de fotografia, com temas variados dialogando com literatura e música, são de Hugo Macedo, Ricardo  Junqueira, Tito Rosemberg,  Candinha Bezerra, Raimundo Neto, Josuá Carlos, Tássio Ribeiro, Ângela Almeida, Silvia Batistuzzo, Simone Sobré.

A Casa vai promover também exibição de Vídeos autorais de: Carito ( músico, escritor, poeta)  e Carlos Gurgel ( poeta, escritor ). Confira os ensaios:

Foto: Tito Rosemberg

Estradas, de Tito Rosemberg

Carioca de 65 anos, é fotógrafo, jornalista, escritor e andarilho, atividades que o levaram a conhecer, além dos quatro pontos cardeais, uma infinidade de pessoas e profissões interessantes. Refletindo sua convicção e fé num futuro de paz, há sete anos decidiu morar na Praia da Pipa, de onde parte regularmente para suas infindáveis viagens, sejam no sertão do Rio Grande do Norte ou nas lonjuras da Ásia. Seu ensaio Estradas é um convite à reflexão sobre caminhos, imprevistos, possibilidades.  “Nesta série de fotos juntei alguns dos momentos mais interessantes que captei com a câmera, outros momentos, sem ela, guardei na memória.

Esta seleção de fotos não tem um objetivo claro, é uma coletânea de imagens que me emocionaram, um paralelo com minha própria vida, também sem um objetivo fixo a não ser aprender”.

Ensaio: Ângela Almeida

Sertão Oswaldiano, de Ângela Almeida
Para a artista plástica Ângela Almeida, o Oswaldo Lamartine evocado em seu trabalho não é o do escritor, mas o homem de estreitos laços com a paisagem sertaneja, aquilo que se confunde com a história das terras, dos homens e bichos. “Lanço-me numa tarefa mais simples: deslizar sobre a fragilidade dos laços humanos a procura de sentidos. Rastros porosos de vida, aquilo que fica das pessoas que passam. São também imaginários, esses com portas desusadas, míticas, festivas, encantadas”, escreveu ela. “Talvez seja apenas uma carta minha para Oswaldo, porém pode ser de todos os que nela se quiserem encontrar”.


Silvia Batistuzzo
Interiores, de Silvia Batistuzzo
Fotógrafa amadora. Tem a fotografia como hobby que a permite ver o mundo com outros olhos, do lado de fora da corrida maluca do dia a dia e assim, perceber a essência e a beleza da vida. Seu trabalho Interiores é uma coletânea de imagens que refletem diferentes níveis de interiores, desde o geográfico até o da alma (do sentimento). Com estas imagens, ela pretende favorecer uma instropecção que permita levar a uma reflexão do nosso tempo.

Simone Sodré


Olhar da Gente, por Simone Sodré
Amante da fotografia, gosta de falar de sentimento e de sentir a música. Apenas isso. No ensaio O olhar da gente, a fotógrafa observa a casca dos sentimentos das pessoas pelos lugares onde elas são genuínas: nos lugares pequenos, nas feiras, nas pracinhas.  “Não busquei, mas me veio nas imagens capturadas , um sentimento. Encontrei palavras, que também são códigos. Senti uma melodia. Pedi ajuda ao artista Wigder Valle, que sentiu as imagens antes que eu falasse de qualquer transcendência e fez música.”

Hugo Macedo

Crepúsculo, de Hugo Macedo
Fotógrafo há 15 anos, começou a fotografar quando trabalhava na área de recursos hídricos, viajando pelos municípios do Rio Grande do Norte. Para se aperfeiçoar, fez cursos nas mais conceituadas escolas do país.

Hoje, o fotógrafo trabalhos nos gêneros de estúdio, documentário, publicidade e ensino da fotografia. Crepúsculo, imagens suas na Casa das Palavras, trata da dispersão da luz na atmosfera e em suas impurezas. A cor gradiente, entre o azul do dia e o escuro da noite, nos remete a reflexões e sentimentos coletivos e particulares. Somos parte de um contexto onde “viver por si só, não basta”, como disse o poeta.

O deslumbramento da natureza, em poucos instantes do dia, é regido por interpretações de todos os níveis do pensamento humano. A proposta da exposição é mostrar as variedades de matizes do céu, valorizando a hora mágica do dia, introduzindo nas imagens o homem e os seus elementos. Portanto, não se busca mostrar a fotografia documental e sim a poética do documento.
Ricardo Junqueira

Zé dos Montes, de Ricardo Junqueira

A fotografia estar vivendo um momento excepcional, isto é, acolhida no mundo da arte, deixa de ser apenas testemunhal ( fazer leituras do real) e passa a  ter o direito de sonhar e se abstrair; assim se mimetiza como arte visual.  Hoje é como se ela estivesse se permitindo a liberdade de ser.

 A fotografia estar em galerias, museus, exposições, ancoradas em conceitos e narrativas.  É nesse contexto que se posiciona a fotografia de Ricardo Junqueira. Uma fotografia de arte.

Ricardo traz aqui fotografias de detalhes, recantos e formas da arquitetura do castelo de Zé dos Montes (Sítio Novo) que entre sombras, luzes e formas estabelecem vínculos visuais que ocultam e expõem intenções estéticas do antigo e contemporâneo, quebrando quaisquer limites.

 A opção dele também em expor na sua fotografia o não acabamento, as costuras e remendos do processo de construção das imagens, deixando tudo fluir a flor da pele das superfícies, é com certeza  a sua assinatura.


Josuá Carlos
Poéticas da solidão, de Josuá Carlos
O fotógrafo Josuá Carlos foi buscar a obra modernista genuinamente norte-riograndense a inspiração para Poéticas da solidão, enaltecendo a poesia de Jorge Fernandes, Homero Homem, Auta de Souza e Ferreira Itajubá

Raimundo Neto

Crença, de Raimundo Neto

Os registros são de terreiros de umbanda, cultos externos, festas e coisas que traçam a religiosidade afrobrasileira. “Busco com isso interpretar frases de Pierre Verger, Jorge Amado, Hubert Fichte e outros que tem o candomblé presente no seu trabalho. Minha inspiração são os fotógrafos Mario Cravo Neto, Adenor Galdim, Jose Medeiros”.


Sertão Oswaldiano: um dos dez vídeos (ensaio virtual fotográfico) que será exibido na Casa das palavras durante o Flipipa 2011



Olhar da Gente, de Simone Sodré e Wigder Vale


Intervenção da fotógrafa e artista Candinha Bezerra em memória a obra de Hélio Galvão (escritor, advogado) sobre suas crônicas "Cartas da Praia"