Confira a repercussão da primeira noite do Flipipa

Tácito Costa (Substantivo Plural)

Estou no Flipipa. Vim com Demétrio Diniz e Aldo Lopes, que retornaram ontem mesmo. À noite fiquei numa mesa na Pizzaria Calígula, com Adriano e Flávio, Lula e Danielle, Ana e Muirakytan, Sérgio Vilar e Rafael Duarte. Escritores, jornalistas, gente que curte literatura, arte, enfim, pessoas com quem temos boas afinidades.

Pra mim, a melhor coisa desses eventos literários são os encontros com os amigos, as boas conversas que rolam após as mesas redondas e aqui e ali com algum convidado. Por exemplo, ontem, antes do início da primeira mesa, conversei um bocado com o crítico Davi Arrigucci Jr.

Assisti, sem arredar pé, as três mesas de ontem. Vamos as minhas impressões.


Achei que a primeira mesa, sobre Oswaldo Lamartine não rendeu o esperado. Todos os participantes, Paulo de Tarso (mediador), Paulo Bezerra e Humberto Hermeneglido leram textos.

Eu tava com uma cadernetinha com intuito de anotar alguma coisa sobre as mesas. A memória já não tá com essa bola toda. Sobre essa primeira mesa anotei, a título de síntese: “mesa engessada”; “Presa aos textos escritos”.

Às vezes, quando a mediação falha, o que foi o caso dessa primeira mesa, a platéia tem a chance de salvar o debate, o que, infelizmente, não ocorreu ontem. A abordagem da obra de Oswaldo não me agradou, achei que faltou mais conteúdo, profundidade, leveza, graça etc. Outras pessoas com quem conversei depois também foram da mesma opinião.

A segunda mesa, com Miguel Sousa Tavares e Woden Madruga, atingiu seu objetivo. Falou-se não apenas do tema da mesa, centrada no romance Equador, mas de vários outros assuntos, inclusive a situação política e econômica de Portugal, acordo ortográfico, da mãe do escritor a poetisa Sophia de Mello, redes sociais, literatura brasileira, ficção, história, outros livros do autor…

Jarbas Martins e Arnaldo Antunes encerraram o primeiro dia do evento. O resultado dessa mesa também me agradou. Embora ache que o poeta Jarbas poderia ter sido mais sintético em suas intervenções. O público ficou impaciente – e demonstrou isso – com a longa introdução que ele fez sobre Arnaldo. Deu para perceber que a platéia era formada por muitos fãs do cantor e compositor, tenho sérias dúvidas se grande parte daquele público conhece a poesia do ex-Titã. Arnaldo cantou e recitou poemas, o que deu um dinamismo e graça bem interessantes à mesa.

Em resumo: uma mesa regular e duas excelentes.

A tenda onde ocorrem os debates é maior (400 lugares?) do que no ano passado. Na primeira palestra metade do espaço foi ocupado e nas duas seguintes lotou e tinha gente em pé. No meio da tenda tem um telão, com boa qualidade de imagem, e nas laterais banners com poemas de vários poetas potiguares, bem diagramados, muito bacana mesmo a idéia. A área onde está ocorrendo o Festival este ano é bem mais ampla e melhor do que nos dois anos anteriores. Não tenho nenhuma ressalva quanto à organização e nem ouvi ninguém reclamar de nada quanto a isso. Tem ainda o Sebo Vermelho, a Cooperativa Cultural e a Biblioteca Móvel do Sesc, no entorno, que complementam o ambiente literário.

É isso, vamos à segunda noite.

PS. Eu e Sérgio Vilar estamos escrevendo numa sala aqui da pousada, de costas pra piscina e pro mar, comentei com ele sobre essa heresia -rs. Mas são os ossos, gostosos, do ofício. Esqueci minha digital em casa e no site do Festival ainda não tem fotos de ontem, fico devendo essa.