[DIA 3 - SÁBADO] Programação 24 de novembro


24/NOVEMBRO, SÁBADO

16h — CAMINHADA LITERÁRIA - Baía dos Golfinhos até SPA da Alma (3km) Caminhada organizada por Fernanda Bauernan e Ana Brito com participação da comunidade, escritores, aberta a interessados. Leituras e oralizações durante o percurso.

16h30 — Encenação de SUA INCELENÇA, RICARDO IIII (Direção Gabriel Vilela/ Clowns de Shakespeare)

LOCAL: Área externa

 17h00 — Sarau musical.Confraria do Choro de Natal e Oficina do choro Solar Bela Vista

LOCAL: Área externa

17h30 – Tenda Literária

MESA 9: “LUIZ GONZAGA: UMA POÉTICA MUSICAL”.
Com Bené Fonteles (PA), Paulo Vanderley (PE) e Marcos Lopes (RN)
Bené Fonteles


Marcos Lopes (foto: Tribuna do Norte)

Bené Fonteles é artista plástico, músico, escritor, jornalista. Nasceu em Bragança-PA, em 1953. É um ser  em ebulição constante, como costumam defini-lo. Iniciou sua carreira na década de 1970, dedicando-se inteiramente à arte conceitual. Já seu trabalho como compositor está reunido no CD Benditos, lançado em 2003, que agrupa três trabalhos anteriores, Bendito (1983), Silencioso (1989) e Aê (1991). Tem parcerias com Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e Tetê Espíndola, entre outros. No centenário do “Velho Lua”, organizou uma das obras mais importantes para se compreender o legado e a vida de Gonzagão. “O Rei e o Baião” exemplifica em detalhes porque esse homem simples tornou-se um Rei. Com apresentação de Gilberto Gil, é um trabalho magnífico de pesquisa, ilustrado com imagens inéditas, além de textos com o viés poético do autor. Traz ensaios de Antônio Risério, Elba Ramalho, Gilmar de Carvalho, Sulamita Vieira, Hermano Vianna e do próprio Bené Fonteles, que contribui ainda com um depoimento sobre sua relação com a obra de Luiz Gonzaga, além de introdução de Juca Ferreira e apresentação de Gilberto Gil. Ensaios estes ancorados nas obras de autores como Euclydes da Cunha, Guimarães Rosa, Gilberto Freyre, Câmara  Cascudo, Darcy Ribeiro e Ariano Suassuna.
Pesquisador e colecionador, Paulo Vanderley Tomaz (PE) mantém a página virtual mais completa sobre Luiz Gonzaga (luizluagonzaga.com.br), recheada de vídeos raros, fotos, biografia, discografia e notícias atualizadas relacionadas ao compositor de Asa Branca. Em sua garimpagem por sebos e casas de colecionadores, reuniu mais de 600 músicas, toda a discografia de Luiz Gonzaga, desde os discos de 78 rotações até os LPs. Desde a primeira gravação de Luiz Gonzaga tocando acordeon no disco de 1942 de Genésio Arruda, até seu LP Aquarela Nordestina, de 1989, seu último, antes de falecer no dia 2 de agosto daquele ano. Há ainda 200 fotos do Rei do Baião e mais outros tantos vídeos, alguns feitos pelo pai de Paulo. Fervoroso defensor da cultura nordestina, costuma dar palestras pelo Brasil, em defesa da preservação da cultura.
Marcos Lopes é pesquisador e músico. É o idealizador do Forró da Lua, evento que acontece em sua fazenda na Lagoa do Bonfim, onde só recebe artistas que tem uma carreira ligada ao forró de raiz. Já passaram por lá de Dominguinhos a Elba Ramalho, passando por grandes nomes como Chiquinha Gonzaga, Marinês e Flávio José. Lopes também criou o Museu do Vaqueiro, de preservação dos costumes do homem da caatinga, sua história e tradições. O Museu tem um braço social e promove cursos de artesanato com couro (souvenirs e produtos utilitários) e de acordeon.

18h30 — Tenda Literária
Mesa 10: “A DRAMATURGIA NO UNIVERSO DE JORGE AMADO”
Com: Nelson Xavier (SP), Vicente Serejo (RN) e Henrique Fontes (RN)
Nelson Xavier

Vicente Serejo

Henrique Fontes

Ele já atuou em mais de 50 filmes e 23 novelas. Protagonizou trinta personagens entre novelas e séries para televisão, boa parte delas adaptações de obras literárias. De Coronel Altino Brandão a Pedro Arcanjo, Nelson Xavier (natural de São Paulo, 1941 mergulhou no universo de Jorge Amado em vários momentos de sua carreira. Esteve em Tenda dos Milagres, Dona Flor e Seus Dois Maridos (direção de Murilo Sales/1976), o filme Gabriela em 1983 (direção de Bruno Barreto), e novamente Gabriela, desta vez para a televisão (direção de Mauro Mendonça Filho).  Atuou em Seara Vermelha e A Dama do Lotação. Fez Lua Cambará, adaptado de obra de Ronaldo Correia de Brito, e O Bom Burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira. Entre as minisséries, destaque para Riacho Doce, adaptação de obra de José Lins do Rêgo. No Teatro, encenou Toda Nudez Será Castigada, peça de Nelson Rodrigues. Atuou em obras premiadas como Os Fuzis (Urso de Prata em Berlim) e o histórico Lamarca. Em 2010 ganhou maior destaque no cinema nacional ao participar da biografia do medium Chico Xavier onde fazia o papel principal.

Reconhecido como um dos grandes cronistas do jornalismo potiguar, Vicente Serejo nasceu na cidade de Macau, em 1951. Formou-se em Jornalismo pela UFRN e foi professor do curso de Comunicação Social. No Diário de Natal foi repórter e, nos anos 1970, estreou a coluna “Cena Urbana”, de publicação diária, onde escrevia crônicas. Algumas foram reunidas em seu primeiro livro “Cena Urbana” (Editora da UFRN, 1982). Em 1984, transformou um veraneio na praia da Redinha em fonte de inspiração para escrever uma série de cartas endereçadas ao ‘Sr Editor’. Em narrativas de alto teor lírico, redescobre suas tradições, costumes, resgatando tipos humanos e acontecimentos do cotidiano. Trabalhou no jornal A Gazeta do Oeste. Nos anos 90 estreou como colunista do Jornal de Hoje, onde mantém até hoje a coluna “Cena Urbana”. Publicou também “Canção da Noite Lilás – Crônicas” (Lidador, 2000).

Henrique Fontes é ator, diretor e dramaturgo. Como ator esteve em mais de 30 produções, com passagem pelo Grupo Clowns de Shakespeare (oito anos); Grupo Beira de Teatro (cinco anos); Maine Masque (Maine - EUA - 1 ano); além de produções independentes em Natal e no estado de Minnesota (EUA). Atualmente é integrante dos coletivos Atores à Deriva e Carmin. Como diretor tem dez trabalhos estreados, entre eles duas produções de médio porte (40 profissionais envolvidos em cada) e duas de grande porte (200 profissionais). Como dramaturgo tem oito textos escritos e montados, entre eles a adaptação de “Recomendações a Todos”, livro do escritor Alex Nascimento lançado na década de 80. É sócio-fundador e atual diretor artístico do Espaço Cultural Casa da Ribeira.

19h30 — Tenda Literária

Mesa 11 : “ROMANCE, HISTÓRIA E POESIA”
Com Ana Miranda (CE) e Napoleão Paiva Souza (RN)
Ana Miranda

Napoleão Paiva

A escritora e romancista Ana Miranda nasceu no Ceará, em 1951. Morou em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Estreou como romancista em 1989, com Boca do Inferno (prêmio Jabuti de revelação). De lá para cá escreveu diversos romances, entre eles Desmundo (1996), Amrik (1997) e Dias & Dias (2002, prêmio Jabuti de romance e prêmio da Academia Brasileira de Letras). Colabora com a revista Caros Amigos, é colunista do Correio Braziliense e do jornal O Povo, do Ceará, onde vive atualmente. Dotada de um brasilianismo intenso, Ana Miranda realiza um trabalho de redescoberta e valorização do nosso tesouro literário, que a leva a dialogar com obras e autores de nossa literatura, numa época em que as culturas delicadas são ameaçadas pela força de uma cultura universal. Fundada em séria e vasta pesquisa, recria épocas e situações que se referem à história literária brasileira, mas, primordialmente, dá vida a linguagens perdidas no tempo. Sua obra tem sido matéria de estudos na área acadêmica. Ana Miranda consagrou-se igualmente pela inclusão de seu Boca do Inferno (Cia das Letras, 1989) no cânon dos cem maiores romances em língua portuguesa do século 20, elaborado por estudiosos da literatura, brasileiros e portugueses. Lançou também A última quimera (1995) Yuxin (2009).
Napoleão de Paiva Souza é médico, compositor e poeta; natural de Alexandria-RN. Lançou em 1999 o livro de poesia “Apenas Chegaram” e, em 2006, um conjunto de “petardos” poéticos: Depois Contigo, com mensagens de texto em livro experimental, digitáveis em aparelho celular, usando em todos os textos o exíguo formato de 160 toques-caracteres, para falar do cotidiano, amor, sexo, humor, poesia.


20h30 — Tenda Literária

Mesa 12 : ‘LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO POR ELE MESMO’
Com: Luís Fernando Veríssimo (RS) e Cassiano Arruda Câmara (RN)
Luís Fernando Veríssimo

Cassiano Arruda Câmara

Luís Fernando Verissimo é um dos mais respeitados cronistas brasileiros, autor de best-sellers inesquecíveis, como Comédias da Vida Privada e Clube dos Anjos, da coleção Plenos Pecados. Filho de Érico Veríssimo, nasceu em Porto Alegre, em 1936. Aos 16 anos, foi morar nos EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6.  É jornalista, mas “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins de 1966, e atuou como tradutor. Sua obra está presente na iniciação literária de muitos leitores, com publicações fundamentais como a série Para Gostar de ler e Pai Não entende nada. Para adultos, são famosas também O Analista de Bagé e Ed Mort e outras histórias, que narra as aventuras de um detetive particular carioca, de língua afiada, coração mole e sem um tostão no bolso. O personagem ganhou adaptações para o quadrinho e cinema. Em 1989, começou a escrever uma página dominical para o jornal O Estado de São Paulo, mantida até hoje, e para a qual criou o grupo de personagens da Família Brasil. Como romancista, lançou Borges e Os Orangotangos Eternos, O Jardim do Diabo, O Opositor.

Cassiano Arruda Câmara é jornalista e publicitário, titular da coluna Roda Viva há mais de 30 anos, publicada por muitos anos no Diário de Natal e mais recente no Novo Jornal, veículo do qual é fundador. Foi também diretor da Tribuna do Norte nos anos 1960. Escreveu dois livros de memórias: Repórter na Roda Viva, sobre sua vida de redator, e Hotel de Trânsito, que contextualiza a Natal de 1969, o jornalismo da província no período da Ditadura e sua prisão no hotel de trânsito da Aeronáutica. Foi professor do Departamento de Comunicação Social da UFRN.